O labirinto é uma imagem universal da busca de
conhecimento (LEÃO, 2002), a imagem traz a metáfora da experiência da vida,
caminho de luz e sombra, em etapas que possuem entradas e saídas, algumas
válidas e outras não, o mais importante não é se chegar, mas sim o processo e no
centro dessa experiência, um enfrentamento com um ser meio gente, meio bicho.
Particularmente, tenho me interessado pelos seres em que a presença dos
instintos fica muito evidente. O ser humano, embora imerso na barbárie dos
tempos sombrios da Idade Mídia, se esquece de sua origem “animal” e os contos e
mitos vem nos lembrar, bem como a literatura e outras Artes. Os mistérios propostos
pela imagem do labirinto foram inspiração para a literatura e o cinema.
Romances, filmes traduzem na forma e nos aspectos simbólicos o jogo do
labirinto.
Há necessidade do segredo, o não desvelamento
do Segredo faz parte das culturas tradicionais, conhecer, mas não revelar.
Traz a
ideia de metáfora para criação em Teatro, no intuito de se aproximar de
propostas rituais que exploram as imagens do Sagrado, as epifânias. E porque
ainda permite, que estas vivências na área da criação que são formativas, no
sentido de possibilitar um mergulho nas profundezas da alma, de conhecer a si
mesmo.
Na
linguagem teatral possibilitou uma estrutura de teatro popular em uma
construção que não parte do texto dramático e sim da experimentação em relação
a imagem do labirinto, como metáfora de mundo.
Os
participantes, atores, diretor e dramaturgo, adentraram o labirinto mítico para dele
extrair experiências e narrativas pessoais que se tornariam um roteiro para uma
dramaturgia criada pelos atores naquele processo. A cada encontro o tema é
metaforizado, em etapas dentro da jornada mítica.